O eMarketer estima que haverá aproximadamente 30 milhões de usuários de smartphones no Brasil, no final deste ano – 20,8% dos usuários de telefones móveis no país. Dados do Interactive Advertising Bureau (IAB Brasil) e comScore, mostraram que o tablet é o quarto dispositivo de acesso a internet mais comum no Brasil, com uma penetração de 39% entre os internautas brasileiros.
Neste mercado em expansão, dispositivos móveis com diversas funcionalidades e possibilidades estão dificultando às analises em relação ao comportamento dos usuários. Curiosamente, apesar das diversas atividades móveis agora disponíveis para os consumidores no Brasil, a maior parte dos padrões de uso dos consumidores é similar em todas as demografias.
Em Junho deste ano, dados do Pagtel, uma companhia de pagamentos móveis, e E.Life, mostraram que aplicativos para redes sociais e envio de mensagens foram utilizados por mais de 96% dos usuários de smartphones e tablets no Brasil, sem uma variação significativa entre os usuários de diferentes níveis socioeconômicos, ou grupos de idades. De forma similar, aplicativos para mapas e navegação foram utilizados por 93,4% dos usuários pertencentes às classes A/B, e 94,1% dos usuários pertencentes à classe C. A tendência continua para aplicativos usados para banking, jogos, saúde, música e vídeos.
No e-commerce, entretanto, há uma clara distinção no uso de aplicativos com relação à renda dos usuários. Neste estudo, enquanto 61.5% dos usuários de smartphones e tablets nas classes A/B usaram aplicativos de viagem nos seus dispositivos, essa porcentagem caiu para 47% nos usuários da classe C. O gap é significativo também para aplicativos de compras. Este cenário pode ser resultado dos consumidores com rendas superiores – que se mostram mais adeptos ao e-commerce – estando mais confortáveis com a perspectiva de gastar dinheiro através de seus dispositivos móveis.
Observando o consumo de conteúdo nos dispositivos mobile, a Pagtel e E.Life descobriram margens estreitas dividindo o uso entre os níveis de renda. Os grupos de idade, entretanto, apresentaram algumas diferenças maiores. Enquanto os usuários mais velhos estão mais propensos a lerem jornais, revistas e livros nos seus smartphones ou tablets, os usuários mais jovens assistem mais filmes e séries para TV nos seus dispositivos.
Apesar do comportamento de consume estar invariavelmente ligado à idade e renda em alguma extensão, o acesso fácil às varias mídias através de múltiplos dispositivos, parece estar diminuindo esses padrões. De acordo com Felipe Lessa, diretor de marketing na Pagtel, “O boom na inclusão digital brasileira nos últimos anos significou que as classes mais baixas dos consumidores fossem expostas, essencialmente, ao mesmo tipo de conteúdo e intensidade que aqueles das classes mais elevadas. Assim, é cada vez mais difícil selecionar padrões de uso baseados, puramente, em métricas de idade, gênero e renda. Porém, quando o gasto é um fator, a diferença é certamente mais clara”.
Fonte: eMarketer