O preço da construção civil no DF

O que pesa mais, a reforma ou construção? A casa herdada dos pais, que pertenceu aos avós, precisa de uma adaptação para tornar-se adequada às necessidades da vida moderna. Além disso, a família não tem o mesmo tamanho. O imóvel pode ter ficado grande demais ou pequeno demais. E quando se tratar de estabelecimento comercial? Mudar a decoração para melhor atender os clientes. Em todos os casos, é preciso ter extrema cautela e planejamento.

Alguns materiais usados em obras desse tipo não são necessários em uma reforma, ou, pelo menos, não na mesma proporção que na construção. Valdir Oliveira, administrador de empresas, reformou sua casa recentemente. Para ele, o planejamento é essencial, mas mesmo assim o gasto extra é inevitável. “Se o imóvel é muito antigo pode-se descobrir surpresas nas paredes que não estavam previstos e gastando mais do que pretendia. Materiais de acabamento é muito mais caro. Se não tiver cuidado pode perder o controle da sua obra. Os custos são elevadíssimos para estes itens”, conta.

Mas, qual a melhor opção para o meu imóvel: reconstruir ou reformar? Oliveira sentiu na pele a constatação desta resposta. “Como consumidor, acho que reformar é mais caro, porque primeiro é necessário ‘destruir’ para depois construir. No planejamento da reforma existe a fase da demolição e isso acaba trazendo gastos a mais com mão de obra”, relata.

Especialistas concordam com esta visão. “O consumo dentro de uma reforma é sempre mais problemático que em uma construção nova, às vezes a pessoa começa pensando que será um tipo de material e com certo custo, mas no meio as coisas mudam e aparecem mais dificuldades e, consequentemente, aumentando o valor e uso de materiais”, explica Vanderlei Ribeiro, gerente de vendas da Ferragens Pinheiro.

Fundada em 1961 pelo empresário Getúlio Pinheiro de Brito, a Ferragens Pinheiro nasceu com o objetivo de comercializar ferro para a construção civil. A empresa foi responsável por oferecer grande parte de materiais para a construção de Brasília. Com o passar dos anos, os serviços e materiais oferecidos foram se multiplicando e, atualmente, trabalha com um mix de mais de 2 mil produtos industrializados e comercializados.

A dica vale para pequenas e grandes obras. Segundo a Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC 2011), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o DF gastou mais de R$ 5 bilhões no setor da construção civil, só em 2011. O Estádio Nacional Mané Garrincha, inicialmente orçado em R$ 745,3 milhões, teve o seu valor recalculado algumas vezes, chegando a dobrar a quantia ao final das obras. Portanto se for construir, nada de gastar sem pensar. No ramo da construção civil, uma obra inacabada por falta de verba, pode levar a deterioração desta e colocar em risco todo o capital já investido.

Porém, Ribeiro também concorda, que organização é primordial para, pelo menos, minimizar as despesas. “Em uma construção nova ou reforma, podemos dizer que, tendo um bom planejamento, o custo será sempre controlado, porém reformar é sempre mais complicado, pois já houve gasto e sempre aparece mais problemas” detalha. “Vai depender, claro, do tipo da construção. Com profissionais adequados o controle será maior, amenizando o custo da construção”, conclui.

Cláudio Eduardo Pinheiro, engenheiro da EBM Desenvolvimento Imobiliário, afirma que a melhor opção para quem deseja construir ou reformar é procurar um profissional da construção civil para assessorá-lo. “Eu aprendi que o engenheiro faz com um dólar o que o leigo faz com três. Um  especialista vai saber exatamente onde, quando e o que gastar, assim evitar desperdícios”, alerta.

Custo parcial das obras

Em 2012, o Brasil registrou a menor taxa de real de crescimento dos últimos três anos, chegando a 1,4%. Em 2010 o índice alcançou 11,6%. Em contrapartida, em setembro de 2013 os preços dos materiais de construção sofreram aumentos consideráveis. O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF) divulgou: “Pela primeira vez, o CUB-DF/m² registra valor acima de mil reais”.

O Custo Unitário Básico do Distrito Federal (CUB-DF/m²) afere a média de preços dos materiais consumidos na construção civil. Três itens que tiveram grande influência no valor atingido foram o bloco cerâmico para alvenaria de vedação 9 cm x 19 cm x 19 cm, engenheiro que representa as despesas administrativas e locação de betoneira 320. Com isso, o resultado do CUB-DF/ m², em setembro, chegou a R$ 1.003,07.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) é calculado e divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Formado a partir de preços levantados em sete capitais estaduais, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre e Brasília, auxilia na evolução dos custos no setor da construção, um dos termômetros do nível de atividade da economia. O INCC é pesquisado entre o 1º e o último dia do mês de referência. Em outubro foi registrado 0,26%, 0,17% a menos que no mês anterior.

Segundo relatórios do Sinduscon-DF, o CUB-DF/m² não engloba o valor real do m² de uma obra. O índice representa o custo parcial da obra e não leva em consideração os demais custos adicionais, como, por exemplo, elevadores, fundações especiais, ligações de água, luz e esgoto. Em setembro, 12 dos 29 insumos que participam da pesquisa apresentaram aumento em seus preços, oito registraram redução e nove permaneceram com seu preço estável.

O Índice Geral de Preços (IGP) registrou variação de 1,5% em setembro e o INCC, alcançou 0,43%. Nos últimos 12 meses, o CUB-DF apresentou variação acumulada de 5,62%, enquanto a variação acumulada do IGP foi de 4,4% e, do INCC, de 7,99% no mesmo período. Foram consumidos mais de 6 mil toneladas de cimento, só em abril de 2013, segundo dados do Boletim Estatístico da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Cláudio Eduardo Pinheiro, informa que o produto é o mais consumido em uma construção. O saco é comercializado por, aproximadamente, R$ 20.

Fonte: Jornal da comunidade

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