Business Intelligence: é estratégia ou tecnologia?

Para atender a crescente demanda por projetos de Business Intelligence dos últimos anos, muitas consultorias de informática vêm se especializando na implantação de projetos classificados como informacionais.

Atualmente, com a grande pressão que as empresas recebem do mercado financeiro, uma tomada de decisão pode ser determinante em um bom negócio, além do mais, na maioria das vezes, há pouco tempo para pensar e agir. Assim sendo, nesta perspectiva, uma decisão errada poderá ser fatal para o destino de um empreendimento. Assim, optar por ferramentas corretas para a gestão e organização tecnológica do Business Intelligence, irá fornecer alternativas certas.

Geralmente, essas empresas criam parcerias com desenvolvedoras de software de BI, o que garante maior número de clientes e diminui a verba destinada a marketing, prospecção de clientes e desenvolvimento de Sucess Cases.

 O BI está passando por um momento visto como um divisor de águas para seu futuro. Assim como foi o CRM na década de 90, Business Intelligence é hoje a menina dos olhos de muitos executivos e CEOs de grandes e médias corporações. Vemos diariamente vagas ofertadas à profissionais com conhecimentos técnicos específicos para cada uma das ferramentas existentes. Cognos, Microstrategy, Hyperion, Business Objects, Oracle e SAP, entre outras, disputam acirradamente fatias desse emergente e rentável mercado.

Tracemos um paralelo entre essas soluções para elucidar um problema que possivelmente seja comum para ambas.

C RM, de Customer Relationship Management, ou Gerenciamento do Relacionamento com o Cliente teve sua fase áurea no Brasil nos anos 90. A busca por projetos de CRM cresceu muito nessa época devido à preocupação das empresas em identificar e satisfazer as necessidades e desejos de seus clientes.

 Hábitos de compra, formas preferidas de pagamento, nível de satisfação em relação a seus produtos e serviços? Enfim, descobrir como seu cliente quer ser tratado era a tônica do mercado.

Profissionais de marketing passaram a solicitar projetos nesse âmbito. Siebel, Oracle, PeopleSoft, SAP e tantas outras tropicalizaram seus softwares para suprir essa demanda. Módulos de Call Center, Sales Force Automation, Campaign Analysis e muitos outros foram adquiridos a preços exorbitantes e implantados em tempo recorde, o que pouco tempo depois muitas vezes acarretou problemas operacionais, altos gastos com manutenção e descrédito na eficiência dessas soluções.

Não podemos dizer que esses projetos não trouxeram benefícios para os contratantes. Na maioria dos casos somente a automação de operações antes efetuadas manualmente foram considerados ganhos substanciais, mas o princípio do CRM foi deixado de lado.

A filosofia de trabalho com foco voltado para o cliente foi suprimida pelas soluções tecnológicas.

 Atualmente o BI, assim como aconteceu com o CRM na década passada, está sendo difundido por empresas desenvolvedoras e consultorias que vendem e prestam serviços de implantação. Empresas contratantes passam a se interessar somente pelas diferenças arquiteturais e possibilidades de integração tecnológica com outras plataformas de mercado. Profissionais de BI buscam incansavelmente atualizar seus conhecimentos técnicos para manterem-se empregáveis e desfrutar das altas quantias pagas para tais funções específicas.

Muitas empresas ainda possuem uma visão muito simplista, ou seja, meramente tecnológica dosbenefícios que podem ser adquiridos com a utilização dessas soluções.

Fornecedoras de serviços de implantação não buscam alinhar a grande capacidade das ferramentas de BI ao planejamento estratégico dos contratantes, até mesmo porque a grande maioria de seus consultores migrou do desenvolvimento de sistemas operacionais para o mundo informacional nos últimos anos.

Consultores não são instigados, nem tampouco preparados, para prestar serviços que vão além de seus conhecimentos técnicos.

 Será que reviveremos as dificuldades que o CRM enfrentou na última década ou conseguiremos diminuir a distância existente entre o viés tecnológico e o viés de negócio que ameaça a existência dos reais benefícios que poderiam ser obtidos com os projetos de BI? 

Creio que as empresas somente usufruirão desses reais benefícios criando a cultura de alinhar os indicadores incorporados ao BI aos seus planejamentos estratégicos e até mesmo ações táticas e operacionais.

Autor: Renato Pavani (renato_pavani@ig.com.br) é consultor e faz pós-graduação em Business Intelligence pela instituição FIAP.

Fonte: Oficina da net
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