Mais de 66% das companhias no Brasil pretendem implantar ao menos um projeto de computação em nuvem, mesmo que em fase piloto, no ano que vem. O estudo da Frost&Sullivan, apresentado na conferência Nuvemologia nesta quinta-feira, 9, em São Paulo, revelou que a projeção dosnegócios nesse segmento no país é até três vezes mais otimista em relação a mercados mais maduros, como Estados Unidos e Europa.
Até 2014, o mercado latino-americano no segmento deve registrar elevação de 7% ao ano, em comparação com 4% na América do Norte e 3% na Europa. A região, liderada pelo Brasil, fica atrás apenas da Ásia, com previsão de 10% de aceleração. “Não esperamos relevantes projetos de cloudcomputing para 2012 no país. O grande momento deve acontecer no ano que vem, pois estamos na fase de informação, na qual as companhias ainda possuem muito receio de investir e estão preparando o terreno para o início de implantações”, explicou o analista de mercado sênior da Frost&Sullivan, Fernando Belfort.
Segundo ele, a principal aflição dos executivos ainda é a segurança, citada por 70% dos entrevistados. Na sequência, a falta de informação sobre a tecnologia (58%) e a cultura da empresa (44%) também estão no topo dos impeditivos. As barreiras de internet e infraestrutura foram citadas por 32% dos consultados, enquanto compliance e medo de perder o controle das operações foram mencionados por 24% e 18%, respectivamente.
Para Belfort, a nuvem é a principal aliada em projetos de terceirização de serviços em TI principalmente para que o departamento concentre-se em questões estratégias. “Em média, 75% do tempo do CIO é gasto resolvendo problemas do dia a dia. Podemos eliminar estas questões quando repassamos algumas aplicações e infraestruturas a companhias terceirizadas especializadas nessas atividades”, argumenta o analista.
Entre as modalidades que mais concentrarão investimentos no segmento, ou seja, software como serviço (SaaS), infraestrutura como serviço (IaaS) e plataforma como serviço (PaaS), a pesquisa destacou atividades como e-mail, armazenamento, campanhas de marketing e sistemas de CRM e ERP como principais áreas de desenvolvimento da tecnologia. “É importante ressaltar que o estímulo deve vir da empresa, não das fornecedoras. Porque o projeto de nuvem para cada cliente deve ser customizado de acordo com cada necessidade”, explica Belfort. “As companhias não terão que escolher entre diversas soluções, a maneira correta de implantar a computação em nuvem é estudando como e para quê ela será desenvolvida”, finaliza.
por Gabriela Stripoli | TI INSIDE