O que muda com a Reforma Tributária?
A Reforma Tributária promete simplificar o complexo sistema de impostos do Brasil. Porém, muitos donos de lojas de materiais de construção e tintas estão se perguntando:
“Na prática, meu negócio vai pagar mais ou menos imposto?”
A resposta depende principalmente do regime tributário atual da sua empresa (Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real) e da cadeia de produção dos itens que você vende.
O ponto central: Fim da cumulatividade e crédito amplo
A maior mudança será a não cumulatividade plena.
Hoje, no regime de Lucro Presumido, a loja paga PIS e COFINS sobre o faturamento, sem poder aproveitar créditos sobre as compras.
Com o novo modelo de IVA (CBS e IBS), a regra muda: o imposto será cobrado apenas sobre o valor que sua loja agrega ao produto.
Exemplo prático
- Cenário atual (Lucro Presumido):
- Você compra um saco de cimento por R$ 30,00.
- Vende por R$ 40,00.
- O imposto (PIS/COFINS) incide sobre os R$ 40,00, sem crédito das compras.
- Cenário futuro (IVA):
- Compra por R$ 30,00, com imposto destacado pelo fornecedor.
- Vende por R$ 40,00.
- O imposto será calculado sobre o valor agregado (R$ 10,00).
Resultado: você paga imposto apenas sobre a diferença, reduzindo a carga efetiva.
Impactos diretos no setor de materiais de construção e tintas
- Redução da carga tributária efetiva
A cadeia da construção civil é longa (indústria química, mineração, fabricação, distribuição).
Como o IVA gera crédito em cada etapa, o “imposto sobre imposto” desaparece, reduzindo custos para lojistas. - Mais transparência nos preços
O consumidor verá claramente o valor do imposto pago no produto. Isso pode aumentar a competição por eficiência. - Gestão de caixa e créditos fiscais
O aproveitamento de créditos será essencial. Para isso, sua empresa precisará de controle rigoroso das notas fiscais.
Um bom sistema ERP será indispensável.
Reforma Tributária e o Simples Nacional: Ficar ou sair?
Para milhares de pequenas lojas de materiais de construção e tintas, o Simples Nacional continua sendo uma opção. Mas com a Reforma, surge uma decisão estratégica:
- Opção 1: Permanecer no Simples Nacional
- Impostos unificados (DAS).
- Porém, sua empresa não gera créditos de IVA para os clientes.
- Opção 2: Sair do Simples e aderir ao IVA
- Possibilidade de aproveitar créditos das compras e repassar nas vendas.
- Pode ser vantajoso se seus clientes principais forem empresas (construtoras, empreiteiras, arquitetos) que precisam de crédito de imposto.
Se seu público é consumidor final (B2C), permanecer no Simples pode ser a melhor opção.
Como preparar sua loja para a transição tributária
- Digitalize e organize notas fiscais: elas serão o “ouro” para obter créditos.
- Converse com seu contador: peça simulações da carga atual e futura.
- Avalie o perfil dos seus clientes: empresas e consumidores finais terão impactos diferentes.
- Atualize seu sistema de gestão: verifique se seu software estará pronto para o IVA Dual já em 2026.
Conclusão: Reforma tributária será positiva para o setor?
Para lojas de materiais de construção e tintas, a Reforma tende a ser positiva, trazendo mais justiça fiscal, transparência e possível redução de custos.
O sucesso, porém, dependerá de um bom planejamento tributário, de um ERP preparado e de decisões estratégicas sobre o regime tributário mais vantajoso.
Perguntas frequentes sobre a Reforma Tributária
1. A reforma tributária vai aumentar os impostos nas lojas de materiais de construção?
Não necessariamente. Para muitas lojas, a carga pode até diminuir, já que o imposto será calculado apenas sobre o valor agregado.
2. Vale a pena sair do Simples Nacional com a Reforma?
Depende. Se seus clientes forem empresas que precisam de crédito de imposto, pode ser vantajoso. Caso contrário, permanecer no Simples pode ser melhor.
3. Quando a Reforma Tributária começa a valer?
A transição começa em 2026, com testes do IVA Dual, e deve ser concluída até 2033.
4. Como se preparar para o IVA?
Organize suas notas fiscais, converse com seu contador e garanta que seu sistema de gestão estará atualizado para o novo modelo.