Vendas de materiais de construção caem 2% em junho

As vendas da indústria de materiais deconstrução caíram 2% em junho na comparação com maio e tiveram alta de 1,9% ante junho de 2011. No semestre, as vendas mostraram um crescimento de 2,6%, de acordo com pesquisa divulgada nesta quinta-feira pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat). Com resultados abaixo do esperado no mês passado, o setor já cogita fazer um novo corte nas projeções de crescimento para 2012.

“O resultado acumulado no primeiro semestre está abaixo da expectativa para o ano, que é de 3,4% de crescimento em relação a 2011”, afirmou o presidente da Abramat, Walter Cover. “Para atingir esse patamar, teríamos que crescer na base de 4,5% ao mês ao longo do segundo semestre, o que acho difícil. Se a pesquisa de julho não mostrar uma recuperação mais forte, teremos que rever (a projeção)”, disse. Caso o quadro se confirme, será a segunda revisão do ano. No mês passado, a associação já reduziu as estimativas de crescimento das vendas de 4,5% para 3,4%.

Segundo Cover, o setor vem sendo afetado principalmente pelo baixo desempenho das vendas do varejo, que recuaram 3,5% no primeiro semestre. O segmento é representado pelo consumo de materiais de construção para reformas e pequenas obras residenciais, e responde por uma fatia de 55% do volume dos produtos comercializados pela indústria.
“O varejo está desaquecido porque as condições de crédito estão confusas. As famílias escutam que os juros baixaram, mas não encontram as condições esperadas ao buscar crédito bancário para reformas”, afirma Cover. Ele também atribui as vendas mais fracas ao maior comprometimento da renda das famílias com o financiamento de outros bens de consumo. “Isso deixa o cidadão receoso para assumir uma reforma da casa”.

Outro ponto que preocupa o setor é a lentidão no andamento das obras públicas de infraestrutura, responsáveis por 20% da demanda da indústria de materiais de construção. “A velocidade das obras está abaixo do esperado”, observa o presidente da Abramat. Essa lentidão impacta principalmente a venda de materiais de base – como aço, cimento e vidro. No semestre, elas cresceram apenas 1%, enquanto as vendas de materiais para acabamento – como azulejo, pastilhas e porcelanato – subiram 5%. “Estamos preocupados. O setor está crescendo no ritmo do PIB. Nos últimos anos, o setor puxava o PIB”, disse Cover.

Para o segundo semestre, o presidente da Abramat acredita que deve haver uma recuperação no ritmo das obras de infraestrutura, já que boa parte dos empreendimentos precisa ser entregue para a Copa do Mundo e a Olimpíada. “Já estamos na última hora”. Além disso, Cover também espera que ocorra liberação do crédito para reformas. “Acredito que o crédito não é um problema estrutural. É questão de tempo para os bancos se acertarem”, estima.

Enquanto isso, o setor reivindica junto ao governo federal a desoneração do IPI para os materiais de construção que ainda não foram atendidos pelo benefício, além da prorrogação da desoneração para aqueles que já estão cobertos pela medida.

Fonte: Pequenas empresas grande negócios

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