Vendas de material de construção caem 8% em junho e setor espera 2º semestre melhor

O comércio de material para construção sentiu os efeitos da Copa do Mundo e da queda do consumo do brasileiro nos últimos dias. Pesquisa feita pela Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), divulgada no início do mês, demonstra que as vendas do setor caíram 8% em junho, no comparativo com o mês de maio. Na comparação com junho de 2013, o resultado foi 2,5% menor. Em relação aos seis primeiros meses do ano, as vendas estão 3,5% abaixo do registrado em igual período do ano passado.

Para o presidente da Anamaco, Cláudio Conz, o resultado ruim do setor já era esperado em pesquisa feita pela instituição. “Nos últimos 12 meses, estamos com um resultado 4,5% inferior ao mesmo período anterior. É uma retração que ocorre em lojas de todos os portes e em todas as regiões do país”, explica. A Copa do Mundo e o grande número de feriados, de acordo com ele, foram os responsáveis pelo problema.

A queda nas vendas de material para construção em junho foi sentida por comerciantes locais. O baixo desempenho, segundo eles, ocorre por conta da Copa do Mundo. Porém, a redução do consumo ocasionada pelas medidas de combate à inflação adotadas pelo governo federal, também tem influenciado esse problema.

Para Leandro Haro, gerente comercial da loja Barcelona – Material para construção, a Copa do Mundo foi o que ocasionou a queda nas vendas em junho. “Na comparação dos dia de jogos com um dia comum, desaceleram as vendas, porque o pessoal tem trabalhado menos”, ressalta. Ele aponta que os feriados e as partidas da seleção brasileira reduziram o tempo de trabalho. “Os consumidores tiveram menos tempo de compra.”

Antes mesmo de junho, as vendas já haviam caído, na avaliação de Marcos Veiga Botelho, proprietário da loja Primos Material para Construção. A Copa do Mundo é um dos fatores responsáveis por esse fraco desempenho em junho, com uma queda de 15% a 20% nas vendas. A recorrência de dias de jogos, para ele, ilustram o problema enfrentado pelo setor neste ano. “Dia de jogo é um dia de serviço, mas ninguém acha um pedreiro na obra”, conta.

Botelho, entretanto, acredita que o problema é mais profundo do que só a Copa do Mundo. “Pode ser o próprio mercado, que não está mais tão aquecido como estava antes”, avalia. Os problemas econômicos do País afetam a construção civil, acredita o empresário. Segundo ele, esse problema tem ocorrido em todos os setores.

Ainda para o empresário, o material para construção não teve tanto aumento, mas sim o custo da mão de obra. “O preço do metro quadrado do azulejo, por exemplo, cresceu bastante; o profissional de elétrica, hidráulica também subiu.” Aos poucos, conforme ele, isso vai refletindo nos custos da obra total. “Isso acaba refletindo nas vendas.”

O dissídio salarial realmente teve impacto na construção civil, confirma Fernando Alonso, coordenador do Sindicato da Construção (Sinduscon) de Sorocaba. “Houve parada nas grandes construções e o nível de emprego ficou abaixo do esperado”, diz. Assim, como uma cadeia, um aumento acaba puxando outro, o que acaba por refletir em retração, avalia ele.

Segundo semestre

O presidente da Anamaco, Cláudio Conz, prevê que o segundo semestre deve ser melhor, como costuma ocorrer todos os anos. “Esperamos uma melhora das vendas no segundo semestre do ano, pois o setor tem um gráfico de desempenho bem peculiar e tradicionalmente vende mais nesta época.” Segundo ele, as vendas no segundo semestre representam 60% do movimento do ano todo. Apesar disso, a Anamaco reduziu a taxa de crescimento do setor neste ano de 7,2% para 3,5%.

A melhora para os próximos meses também é esperada por Leandro Haro. “O material de construção tem sazonalidade, que é o segundo semestre, quando as pessoas têm décimo terceiro salário e costuma arrumar a casa”, destaca. Dizendo-se otimista, ele ressalta que a perspectiva de crescimento das vendas para este ano é de 4% a 4,5%.

Para Marcos Veiga Botelho, existe a possibilidade do segundo semestre ser melhor para a construção civil. “É pra aumentar, mas vamos esperar.” Ele comenta que a indústria tem passado por momentos difíceis atualmente o que reflete em queda nas vendas. “A gente tenta ser o mais otimista possível, mas o problema na economia está geral.”

Fonte: Portal Cruzeiro do Sul

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